Câncer de Colo do Útero
No mês de janeiro, a cor verde piscina ganha destaque como parte da campanha internacional que tem o objetivo de conscientizar e alertar a população feminina sobre a prevenção do câncer de colo do útero, chamado também de câncer cervical.
O câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil. Todo ano, 5 mil mulheres morrem vítimas do câncer de colo do útero no Brasil.
A principal causa de câncer de colo do útero é a infecção pelo HPV, responsável por praticamente 100% dos casos de câncer de colo de útero. A infecção por este vírus é uma doença sexualmente transmissível, que acomete grande número de adultos em algum momento de suas vidas. A persistência do HPV por longos períodos de tempo, estimula o surgimento de alterações no DNA das células, podendo ser responsável pelo aparecimento do câncer.
Diagnóstico
Os seguintes testes podem ser utilizados:
- Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal.
- Exame Preventivo (Papanicolau)
- Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões (exame feito com auxílio de um colposcópio que amplia o órgão de 4 a 50 vezes, com o objetivo de procurar alterações no epitélio que recobre a vulva, vagina e o colo do útero)
- Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio por um médico patologista.
Detecção Precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem em fases mais avançadas da doença
Sinais e Sintomas
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Prevenção
O uso de preservativo durante a relação sexual, a vacinação contra HPV, em conjunto com os exames preventivos (como o Papanicolaou e a colposcopia) são importantes ferramentas na prevenção do câncer de colo do útero. Todas as mulheres, mesmo as vacinadas, devem fazer o exame preventivo periodicamente (a partir do início da vida sexual), pois a vacina não protege contra todos os tipos de HPV.
Hoje, também contamos com a vacina contra o HPV para prevenir o câncer de colo uterino.
Para obter um melhor resultado, a vacina deve ser usada em meninas e meninos dos 9 aos 14 anos de idade, fase em que o sistema imunológico produz uma maior quantidade de anticorpos, quando estimulado pela vacina. São pessoas desta idade que são beneficiadas pela imunização gratuita fornecida pelo Ministério da Saúde no PNI (Programa Nacional de Imunização). A vacina também é eficaz em adultos, mesmo naqueles que já se infectaram pelo HPV no passado, visando prevenir recorrência de lesões. Em adultos, a vacina para HPV está indicada para mulheres até os 45 anos e para homens até os 26 anos.
Pelo sistema público, a vacina está disponível gratuitamente também para pessoas que convivem com HIV, dos 9 aos 26 anos.
Em todos as situações, é importante seguir as recomendações médicas, por isso consulte seu médico ginecologista regularmente.
Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.
Fonte: INCA, Grupo Diagnose