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Como prevenir o câncer de colo uterino

Se por um lado, o câncer de colo uterino é muito frequente, por outro a sua prevenção é facilmente feita através do famoso exame de Papanicolaou, também chamado de exame preventivo de câncer ou exame citopatológico do colo uterino. 


Este exame foi proposto por George Papanicolaou, médico norte-americano, em 1943 e foi difundido mais amplamente a partir dos anos 50, como uma forma de diagnosticar o câncer de colo uterino. Na época, George Papanicolaou desenvolveu uma "receita" para coloração das células coletadas conhecida desde então como coloração de Papanicolaou que é usada no mundo todo até hoje, por ser fácil de reproduzir e relativamente barata.
Nas décadas de 50 e 60, após a adoção do exame de Papanicolaou e a identificação das chamadas lesões precursoras do câncer do colo uterino (alterações nas células que precedem a fase invasiva do câncer) a incidência do câncer de colo uterino sofreu forte impacto nas populações rastreadas, visto que, nas fases iniciais (lesões precursoras), a cura com os tratamentos que temos é de 100% dos casos.


O grande desafio, em termos populacionais é ampliar cada vez mais o número de mulheres rastreadas em todo mundo. No Brasil, por exemplo, são feitos cerca de 6 milhões de exames citopatológicos ao ano, sendo que a população alvo é de cerca de 50 milhões de mulheres em idade reprodutiva! Isto significa que anualmente, rastreamos pouco mais de 12% das mulheres brasileiras em risco de desenvolver câncer de colo do útero.


O exame de Papanicolaou (hoje chamado de exame citopatológico convencional) é realizado através da coleta de secreção cérvico-vaginal contendo células da mucosa do colo uterino e da vagina com uma pequena espátula ou escova e colocando este material em uma lâmina de vidro (esfregaços), imediatamente fixada em álcool e posteriormente encaminhada ao laboratório aonde é analisada no microscópio. 

Apesar do método de Papanicolaou ter reduzido a incidência do câncer de colo uterino desde a sua implantação, ainda temos uma parcela significativa de mulheres que são acometidas por esta doença. Isto se deve, em parte, pela falha nos programas de prevenção como já foi mencionado e também por falhas inerentes ao exame de detecção da doença. Por isto, a procura de novos métodos e exames mais eficazes que o método convencional de Papanicolaou norteou as pesquisas nesta área de conhecimento médico. Nas últimas décadas o método convencional de Papanicolaou teve melhoramentos: foi desenvolvido o método que chamamos de exame citopatológico em meio líquido, no qual a secreção cérvico-vaginal é coletada com uma escova especial e a escova é colocada dentro de um frasco contendo líquido preservante. O frasco é encaminhado ao laboratório, que fará a preparação do material e a análise microscópica do mesmo. A citologia em meio líquido é mais eficiente em preservar um maior número de células e, segundo vários autores, tem uma eficácia maior na detecção de lesões precursoras do câncer quando comparada com citopatologia convencional.

 

A partir do conhecimento de que o câncer de colo do útero está diretamente relacionado a infecção pelo HPV e através dos métodos de biologia molecular desenvolvidos nas últimas décadas, acrescentou-se a determinação da presença de DNA-HPV nas amostras coletadas do colo do útero. Aliando a este exame à citopatologia convencional ou em meio líquido para fazer o rastreamento do câncer de colo do útero na população feminina (chamado de coteste ou cotestagem). Esta associação é a que apresenta o melhor índice de eficiência no rastreio do câncer e das lesões precursoras.


O exame citopatológico deve ser feito anualmente, a partir dos 25 anos, ou 2 anos após o início da vida sexual, ou seja, o que acontecer primeiro. O coteste não deve ser feito antes dos 30 anos e, dependendo dos resultados, pode ser feito com intervalos maiores (3 em 3 anos).

Hoje, também contamos com a vacina contra o HPV para prevenir o câncer de colo uterino.

Para obter um melhor resultado, a vacina deve ser usada em meninas e meninos dos 9 aos 14 anos de idade, fase em que o sistema imunológico produz uma maior quantidade de anticorpos, quando estimulado pela vacina. São pessoas desta idade que são beneficiadas pela imunização gratuita fornecida pelo Ministério da Saúde no PNI (Programa Nacional de Imunização).  A vacina também é eficaz em adultos, mesmo naqueles que já se infectaram pelo HPV no passado, visando prevenir recorrência de lesões. Em adultos, a vacina para HPV está indicada para mulheres até os 45 anos e para homens até os 26 anos.

Pelo sistema público, a vacina está disponível gratuitamente também para pessoas que convivem com HIV, dos 9 aos 26 anos.


Lembre-se: o câncer de colo uterino acomete cerca de 16 mil mulheres no Brasil a cada ano e mata cerca de 5 mil.

Ajude a diminuir esse número, visitando seu médico, prevenindo-se com

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