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Melanoma - A importância do gene BRAF

O melanoma é um tipo grave de câncer de pele que, apesar da baixa incidência, preocupa bastante por sua agressividade e a capacidade de disseminação para outros órgãos (formação de metástases).

O diagnóstico precoce constitui a melhor estratégia para obter altas chances de cura, assim como melhorar os prognósticos dos pacientes. Nesse sentido, a ciência busca constantemente evoluir no desenvolvimento de biomarcadores que sejam mais eficientes no diagnóstico e direcionamento do tratamento adequado para cada caso clínico.

Mutações no gene BRAF

Mutações no gene BRAF são características de diferentes tipos de câncer, como melanoma, câncer de tireoide e câncer colorretal. Mais de 50% dos melanomas apresentam o gene BRAF mutado, sendo que destes, 90% apresentam mutações do tipo BRAF V600E e 20% do tipo BRAF V600K.

O gene BRAF codifica a proteína BRAF, que participa de vias de sinalização intracelulares (MAPK/ERK) reguladoras de importantes funções, como o crescimento, diferenciação, proliferação e morte celular. Ainda na via MAPK, são ativadas também outras proteínas como a RAF, MEK e ERK para direcionar os principais sinais proliferativos e de sobrevivência das células. Mutações genéticas em oncogenes, como o BRAF, levam à uma ativação espontânea destas vias, desregulando o ciclo celular e resultando em proliferação e crescimento desordenado do tecido.

Devido a sua importância para a patogênese do câncer, cientistas sugerem que uma diminuição na atividade do gene BRAF seria benéfica, tornando este um potencial alvo terapêutico.

Gene BRAF como alvo terapêutico

Terapias oncológicas que possuem um alvo celular específico são menos agressivas ao corpo do paciente em comparação com tratamentos quimioterápicos padrões. Esse tipo de abordagem geralmente não afeta as células normais do organismo, gerando efeitos colaterais menos intensos.

Esse é o caso dos inibidores de BRAF. Fármacos como o Vemurafenibe, dabrafenib e encorafenibe possuem como alvo as células de melanoma com a proteína BRAF mutada. Esses medicamentos atuam inibindo a atividade da BRAF, reduzindo e retardando o crescimento de tumores malignos em pacientes cujo melanoma se disseminou ou não pode ser removido cirurgicamente.

Além destes, são também utilizados inibidores da proteína MEK. Como mencionado anteriormente, a proteína MEK é um sinalizador intracelular que participa de forma consistente da patogênese do melanoma, pois sua ação é em conjunto com outras proteínas importantes, incluindo a BRAF.

Como a MEK atua na mesma via de sinalização que a BRAF, os medicamentos que bloqueiam MEK também ajudam no tratamento de melanomas com alterações no gene BRAF. A prática mais comum na terapêutica em pacientes positivos para mutação BRAF é a combinação dos dois inibidores, tornando-a mais eficaz do que a ação de cada um deles isoladamente.

No entanto, pacientes com o gene BRAF normal apresentam resistência à ação deste fármacos. A recomendação é sempre realizar biópsia do tecido afetado para determinar a existência ou não das mutações BRAF V600E e BRAF V600K. Assim, o médico dispõe das informações necessárias para escolher a terapia mais eficaz para cada caso clínico.

Avanços científicos recentes podem contribuir ainda mais no diagnóstico do melanoma!

Estudos científicos apontam que mulheres diagnosticadas com a doença possuem uma taxa de sobrevivência quase duas vezes maior que a dos homens. Estes são resultados surpreendentes e que intrigam cientistas no mundo todo. No entanto, recentes descobertas mostraram que a chave para esta maior sobrevida da população feminina parece estar ligada a genes no cromossomo X!

Ao avaliar os variados genes no cromossomo X, os cientistas descobriram a associação de dois genes (KDM6A e ATRX) às melhores taxas de sobrevivência em pacientes diagnosticadas com melanoma. Altos níveis de expressão desses genes podem ajudar o sistema imunológico do corpo da mulher a combater o câncer!

Estas são descobertas impactantes que podem auxiliar a realização de diagnósticos mais assertivos e que direcionem uma conduta terapêutica mais eficaz. A pesquisa de mutações nestes dois genes pode ser utilizada para o desenvolvimento de novos biomarcadores que auxiliem na previsão do prognóstico da paciente, assim como também podem propiciar o surgimento de novos fármacos para o tratamento do melanoma. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender o real impacto destas descobertas na patogênese do câncer.

O Grupo Diagnose é especialista em análises genéticas e moleculares

No Diagnose, realizamos a pesquisa das mutações BRAF V600E e BRAF V600K por meio da técnica de PCR em Tempo Real, garantindo resultados precisos e seguros. Exames oncogenéticos são nossas especialidades, pois constituem ferramentas fundamentais que ajudam o médico a definir corretamente o diagnóstico e o melhor tratamento para o paciente. Em conjunto, todas essas ações auxiliam no sucesso da terapia, bem como no aumento da expectativa de vida do paciente!

Nós, do Grupo Diagnose, assumimos o compromisso de deixá-los sempre bem-informados e atualizados, trazendo conteúdos relevantes e de qualidade para você.

Referência:

Emery, C. M., Vijayendran, K. G., Zipser, M. C., Sawyer, A. M., Niu, L., Kim, J. J., Hatton, C., Chopra, R., Oberholzer, P. A., Karpova, M. B., MacConaill, L. E., Zhang, J., Gray, N. S., Sellers, W. R., Dummer, R., & Garraway, L. A. (2009). MEK1 mutations confer resistance to MEK and B-RAF inhibition. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America.

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Johnson, D. B., Nebhan, C. A., & Noel, M. S. (2020). MEK inhibitors in non-V600 BRAF mutations and fusions. Oncotarget.

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