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Você sabe o que é a técnica de imuno-histoquímica?

Um dos papéis do médico patologista em um laboratório é analisar amostras de tecido ou órgãos obtidas de pacientes para definir o diagnóstico final da doença. Essas amostras são obtidas, na maioria das vezes, por meio de biópsia, cirurgia, punção ou outro tipo de coleta.

Para analisar esse tipo de material, o primeiro passo é a realização do exame anatomopatológico, no qual o patologista avalia a olho nu e ao microscópio o tecido para identificar alterações celulares características da doença. No entanto, há casos em que se faz necessária a realização de técnicas complementares para conseguir alcançar o diagnóstico correto. Dentre estas técnicas, a imuno-histoquímica exerce papel fundamental para fins de diagnóstico e prognóstico de muitas doenças.

O que é a técnica de imuno-histoquímica?

A técnica de imuno-histoquímica não é exatamente nova. Na verdade, esse tipo de análise foi desenvolvida na década de 40, onde surgiram os primeiros estudos de imunopatologia. No entanto, somente a partir dos anos 70 é que esta técnica foi aceita como um método de rotina para o diagnóstico de tecidos fixados em formalina e incluídos em parafina.

A imuno-histoquímica é baseada na junção de duas técnicas diferentes: a histologia e imunologia. A histologia compreende a análise de tecidos do organismo, onde por meio de técnicas de coloração, o patologista avalia com o auxílio de um microscópio as características estruturais e celulares dessa amostra. Nesse tipo de análise, é possível observar alterações microscópicas no tecido que podem indicar uma determinada doença, como o câncer.

Por outro lado, a imunologia tem como princípio base a interação entre antígenos e anticorpos. Os anticorpos são substâncias produzidas pelo sistema imune do nosso organismo e constituem a defesa imunológica para uma variedade de agentes patogênicos, como vírus e bactérias. Sua principal função é reconhecer o agente invasor, nesse caso chamado também de antígeno, para que o organismo consiga “armar” seu sistema de defesa.

A ideia das técnicas baseadas em imunologia é bastante similar ao que acontece em nosso organismo, onde é possível “simular” a ligação de anticorpos em um determinado antígeno de forma muito específica. Nesse caso, o antígeno não precisa ser necessariamente um microrganismo, mas também uma proteína presente na superfície de uma célula, por exemplo.

Mas, como funciona a técnica na prática?

Imagine que o patologista precisa analisar uma amostra de tecido proveniente de um tumor. No entanto, apenas com a análise histológica não foi possível identificar o tipo do tumor. Nesse caso, é necessário avaliar determinadas moléculas (proteínas, por exemplo) que estão associadas a diferentes tipos de tumores, de modo a identificá-lo.

É nesse processo que entra a técnica de imuno-histoquímica. Nesse caso, são utilizados anticorpos específicos que se ligam à essas moléculas presentes na amostra. De forma simplificada, em um determinado momento da técnica são incorporadas substâncias cromógenas na reação e que se ligam especificamente nesse anticorpo. Assim, gera-se uma ligação antígeno-anticorpo-cromógeno, que é possível de ser verificada em microscópio. Essa ligação apresentará uma determinada cor (a depender do cromógeno utilizado), sendo possível identificar de forma específica uma determinada molécula que é característica do tumor que está sendo analisado.

Perceba que nesta análise é possível avaliar anatomicamente as células que compõem o tecido (histologia), assim como identificar determinadas proteínas que estão ali presentes (imunologia).

Principais aplicações da imuno-histoquímica

Com esse tipo de técnica, é possível avaliar marcadores celulares preditivos para um determinado tipo de câncer, como a oncoproteína c-erbB-2/HER2 no câncer de mama. Pode ser avaliado ainda, marcadores imuno-histoquímicos que indicam o comportamento de uma determinada neoplasia, a fim de estabelecer o prognóstico da doença.

Como mencionado anteriormente, é possível identificar e classificar um determinado tumor desconhecido, permitindo um tratamento mais personalizado e eficaz. Além disso, a técnica permite a identificação do sítio primário de adenocarcinomas, o que também ajuda na escolha do tratamento mais adequado e conhecimento do prognóstico.

Além do câncer, a técnica também pode ser utilizada para determinar agentes etiológicos de doenças infecciosas, como os vírus da Herpes simplex tipos I e II, vírus da hepatite B e C, toxoplasmose, entre outros.

No Grupo Diagnose, contamos com o que há de mais tecnológico em termos de imuno-histoquímica, com um vasto acervo de anticorpos disponíveis. Nossos laboratórios realizam a técnica de forma 100% automatizada, por meio de equipamentos modernos que garantem resultados precisos e confiáveis. Além disso, possuímos uma equipe de especialistas na área para garantir segurança e os melhores resultados para os seus exames.

Lembrete: Somente realize exames após avaliação e indicação médica.

Nós, do Grupo Diagnose, assumimos o compromisso de deixá-los sempre bem-informados e atualizados, trazendo conteúdos relevantes e de qualidade para você.

Referências:

Cimino-Mathews, A. (2021). Novel uses of immunohistochemistry in breast pathology: interpretation and pitfalls. Mod Pathol.

Kim, S. W., Roh, J., & Park, C. S. (2016). Immunohistochemistry for Pathologists: Protocols, Pitfalls, and Tips. Journal of pathology and translational medicine.

Matos, L. L., Trufelli, D. C., de Matos, M. G., & da Silva Pinhal, M. A. (2010). Immunohistochemistry as an important tool in biomarkers detection and clinical practice. Biomarker insights.

Werner, B., Campos, A. C., Nadji, M., & Torres, L. F. B. (2005). Uso prático da imuno-histoquímica em patologia cirúrgica. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.

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